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Nathalie Decoster

Sobre Nathalie Decoster 
 

Nathalie Decoster é conhecida por sua cabeleira loira e por sua alegria contagiante. Nascida em 1965, em Paris, a artista francesa foi uma criança muito atrevida, espontânea e que muito cedo sentiu a necessidade de esculpir. E foi essa paixão que fez a jovem aprendiz a criar sua própria jornada, realizando cursos de Neuilly a Paris. A experiência profissional em uma agência de publicidade também é destacada pela artista francesa como uma fase importante de reflexão sobre o seu trabalho.

 

Novidades 2020

 

Retornar a Paris é seu próximo grande projeto. A artista que já instalou nove esculturas monumentais na Champs Elysées em 2009, outras três no aeroporto Roissy Charles de Gaulle e no saguão do hotel ̂ Mandarin Oriental, comemora que em 2020, novas esculturas estarão expostas em espaços urbanos.

 

Nathalie, com o apoio do Comitê Cultural da cidade de Paris e do Comitê Vendôme, apresentará seus trabalhos durante um tour pela capital, que passará pela Praça du Louvre, Praça Vendôme e o Canopée des Halles. De acordo com a artista, em Les Halles, ela imagina criar uma amarelinha gigante de metal, a mensagem dará aos transeuntes o tempo para tocar e pular.

 

Sobre a sua arte

 

O seu atelier de decoração industrial fica localizado no bairro de Argenteuil, em Paris, conhecido também como antigo lugar do impressionismo que recebeu Claude Monet. É nesse espaço que a artista cria suas esculturas em diferentes escalas: monumentais, estatuetas que andam, sobem e se aninham em constante movimento e beleza. Nathalie ressalta que o seu atelier é uma das fontes primordiais de inspiração. Segundo ela, é onde se sente protegida dos movimentos e turbulências da vida cotidiana, e inspirada a trabalhar a condição humana.

 

Uma de suas peças favoritas “Le temps qui passe” (O tempo que passa) já viajou do Brasil, com exposição no Museu Brasileiro de Escultura (MUBE), localizado em São Paulo, a Hong Kong. De Vancouver a Veneza. Também podem ser encontrados no atelier trabalhos dinâmicos como: “Traços do Tempo”, “Relatividade de Tempo”, “Controle de Tempo” e a “Roda do Tempo”. De acordo com Nathalie, a mensagem que todas as peças têm em comum e desejam passar é a de que nós somos apenas espectadores perdidos no tempo entre a vida e a morte, condenados a sermos como avestruz e atores ao longo do tempo.

 

É por meio dessa ideia que surge o personagem criado pela artista, o seu “globe trotter”, que fertiliza a sua criatividade e que conduz livremente em sua famosa Roda do Tempo, com o objetivo de explorar todos os caminhos do mundo, como um emissário de sua sábia filosofia, colocando em prática os valores humanistas da artista.

 

Em suas formas, as esculturas trazem pequenas frases como slogans da vida. Um dos diferenciais da artista que consegue reunir fórmulas universais que celebram temas, como por exemplo, a vida, a solidão, o ativismo, a harmonia, a fuga e a liberdade. Nathalie compartilha em suas obras um olhar para o mundo a partir do topo de suas rodas trapezoidais, que se tornou um padrão internacional.

 

O bronze domina as suas peças como material número um de suas inspirações. Segundo Nathalie, o metal vive como a pele de um ser humano que aquece, atinge a fusão, patina e fica congelada novamente. Como o aprimoramento é contínuo, a artista investe no aprendizado de novas técnicas da fundição Art Fusions em Auvergne com seu fundador.

 

A artista é cercada por outros especialistas como, por exemplo, metalúrgicos, caldeireiros e engenheiros. Nathalie também gosta de trabalhar com alumínio, aço inoxidável e a delicada folha de ouro. A experimentação também faz parte do processo criativo da artista que saiu do seu círculo original, brincando com outras figuras geométricas, com quadrados, cubos, como Cubo de fragilidade, respiração arejada e minimalista.

 

Outro ponto de destaque da obra da artista é quando ela defende a possível harmonia entre os humanos e natureza, trazendo outros materiais para peças mais orgânicas, alegres e sonhadoras. São usadas folhas masculinas, sementes da vida, árvores de germinar, que na opinião da artista são como pequenos "sinais humanos" que demonstram as raízes. Há também peças com estranhos ninhos de seres, casal de refugiados em um canteiro, vulneráveis e resistentes. Quando a artista quer mostrar a sensualidade humana, ela hibrida os cabelos, penas e peles. Um exemplo é a peca renascentista “7º Céu, Intimidade, Segredo.”

 

Nathalie Decoster gosta também de olhar para novas paisagens, como cidades históricas, campos selvagens, jardins, céu e correntes de água. O desafio é sempre oferecer uma obra cada vez mais transfigurada, um novo "pincel", uma nova "janela". Desse modo, surgem as mini-arquiteturas que tem a ver com a força do local, em molduras reveladoras e fugazes, que ela oferece como pausas para transeuntes, como momentos para meditar.

 

Um belo exemplo são as hastes monumentais altas de Stylites que foram projetadas para o chef Alain Ducasse, na Abadia de Celle, na Provença. Segundo a artista, é uma elevação, uma comparação com ciprestes. Em todos os lugares, seu mensageiro empoleirado, com o dom da onipresença, é um camaleão contrabandista, mas consciente do seu destino, sempre específico.

 

Segundo Nathalie, o primeiro passo é passar um tempo observando as pessoas, ouvindo tudo o que acontece, o que alimenta suas invenções. Intuitiva e espontânea, ela tem um relacionamento muito forte e leal com as pessoas envolvidas em seu trabalho como, por exemplo, colecionadores, amadores, museus, instituições, cidades, empresas, constituindo equipes diferentes, dependendo da natureza dos projetos.

 

A mensagem da artista também já ganhou o mundo por meio de marcas e empresas globais como nas peças do relojoeiro Jaeger Lecoultre e nas grifes Guerlain, Chef Alain Ducasse, grupo LMVH, grupo chinês SWIRE, universidade EDHEC, MEDEF, Aeroportos de Paris, e Arcelor Mittal. 

                                                                      Anne-Marie Fèvre, (jornalista)

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